Hoje tive o enorme prazer de ser convidada a ir em um concerto de música barroca com a nossa hóspede pela semana. Desde o momento em que eu coloquei os pés dentro do lugar onde tocariam as obras de Haendel fiquei deslumbrada. Isso mesmo, deslumbrada - deslumbrada com a beleza do lugar, com os instrumentos musicais, com as imagens sacras (o lugar era uma igreja lindíssima criada por alemães - Igreja São José) - curiosa ao ver a quantidade de pessoas diferentes no lugar, gente de tudo que era idade, classe social, gente vestida bem, gente vestida mal... Criança, velho, todos reunidos para ouvir soar cordas, sopros e percussões. Músicas de uma delicadeza incrível - músicas que tocaram fundo no meu coração mole de leiga. Fiquei absorta com a disciplina e atenção dos instrumentistas, com a forma em que cada instrumento tinha seu papel determinante para que a música soasse mais ou menos alegre, mais forte ou menos forte. Por duas horas eu me senti conectada com cada um naquela sala, desde o flautista até a velhinha sentada no fundo da igreja e o mais incrível foi ver que, em um lugar onde a música está viva, qualquer som humano acaba se fundindo e fazendo parte da música (incrível como espirros faziam o papel de pratos, dando aquela grandiosidade engraçada na música, ou celulares pareciam de propósito)... Enfim, um programa incrivelmente agradável que me fez ver que quanto mais incomum o programa que eu fizer mais graça e beleza eu vou achar nisso.
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