Era uma noite calma, o bar estava, até então, com um movimento pacífico quando, num dado momento, um burburinho se instalou. Arrumando o balcão o bolicheiro observa, de início silenciosamente, perguntando-se o que exatamente estava se passando diante de seus olhos. Bobagem, pensou, e voltou aos seus afazeres no lugar. Aos poucos, os burburinhos se transformam em troça - em uma mesa havia um grupo de estancieiros no fim do dia, já embriagados pela noite e pelo vinho doce que lá se vendia e do outro, um cidadão comum, quase que ordinário, jantando e contemplando a noite. Como um bando de crianças em alvoroço, os homens de estância começaram a jogar pequenas bolinhas de pão no vizinho de mesa, que começa a se sentir invadido pela brincadeira. A expressão do bolicheiro, que observava tudo, ficou tomado de uma urgência em ajudar o homem comum, afinal de contas, esse tipo de coisa poderia acontecer com ele próprio. Solidário, o homem vira e diz:
Senhor Dahlmann, não dê importância a esses moços, que estão meio alegres.
Esse texto foi um exercício de desbloqueio da inspiração, feito na aula de Escrita Criativa do professor Luís Antônio de Assis Brasil. A frase final foi tirada do conto O Sul, de Jorge Luís Borges, escritor argentino.
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